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“A Menina Lia”, espetáculo que cativa pais e filhos

A literatura como refúgio de uma infância infeliz. ‘A Menina Lia’ é um caso exemplar de espetáculo que cativa pais e filhos sem lançar mão de facilidades e moralismos.

Fonte: Dib Carneiro Neto / revistacrescer.globo.com

Incrível é o silêncio que pais e filhos fazem na plateia durante todo o desenrolar do espetáculo A Menina Lia, no Teatro Alfredo Mesquista, em São Paulo. Não é um mero silêncio. Não é o silêncio óbvio que se deve fazer no teatro, em respeito ao ritual de encenação. É um silêncio muito mais eloquente, como se todos deixassem a respiração em suspenso por um tempo, mergulhando até com a alma no tema sugerido pela peça. Foi assim na sessão a que assisti, no domingo passado, e fiquei realmente impressionado com isso.

A Menina LiaTrata-se realmente de uma montagem muito feliz, em que tudo está correto, numa magnífica confluência de talentos. Nada como uma história bem contada, fluente, com ritmo, diálogos certeiros, enfim, com conteúdo e, ao mesmo tempo, sem abrir mão da ousadia. Serve como lição para quem faz teatro para crianças. Para inovar, não é preciso ser ‘cabeça’ demais, beirando o radicalismo intransponível. Para agradar, não é necessário ser ‘tatibitate’ demais, subestimando a capacidade de concentração da plateia mirim.

A peça é baseada no conhecido livro Matilda, de Roald Dahl (autor também de A Fantástica Fábrica de Chocolate), em que uma menina tem superpoderes para lidar com as adversidades de sua infância. Aqui, na adaptação competente de Fernanda Gama, que também assina a direção e a trilha sonora (um passeio de Arnaldo Antunes aos Beatles), a garota se chama Lia e descobre, ao ler o livro de Stahl em cena, que sua vida é muito parecida com a de Matilda – tirando, é claro, o fato de que ela, Lia, não tem poderes mágicos e terá de se virar com imaginação e inteligência. Excelente sacada da adaptadora: usar o recurso da metalinguagem, ou seja, uma história dentro de outra historia, a personagem do livro inspirando a personagem da peça, num jogo às claras com o público. Isso é o máximo.

Os pais de Lia, como os de Matilda, não entendem por que a filha lê tanto. Adorariam que ela fosse uma criança que, como eles, vivesse grudada na televisão. Nessa chocante inversão de valores, em que os pais de Lia se negam a lhe comprar livros, ela descobre a biblioteca da cidade – e ali faz a festa. Para quem ama os livros, são muito tocantes as cenas em que Lia, já na escola, relata à meiga professora os livros que já teve a chance de ler, citando autores como Clarice Lispector e Ana Maria Machado, entre outros. É um momento ‘empático’ que, nas entrelinhas e muito sutilmente, estimula que cada um na plateia também relembre de suas primeiras leituras e de seus autores preferidos.

A direção de Fernanda Gama opta sabiamente pelo não realismo nas interpretações. Os pais, por exemplo, carregam nas tintas de uma composição bizarra, mas sem escorregar para caricaturas fáceis que possam gerar preconceitos ou, o que seria fatal, comprometer a fábula que está sendo contada.

O elenco, da Cia. do Fubá, dá um show. Estão todos muito bem escalados para os papeis e dão conta deles com talento na medida certa, sem estrelismos, sem histrionismos. Leonardo Devitto, por exemplo, acerta na caracterização de um pai cheio de tiques (como puxar o bigode pra frente) e do menino com rinite alérgica. Bruno Gravanic encanta como o narrador e diverte como a vilã que odeia criança (a diretora da escola de Lia). As atrizes também estão ótimas. Maria Tuca Fanchin cativa como a professora sensível e como uma das coleguinhas da classe de Lia. Bia Campos, como Lia, articula as palavras como raramente se vê nos palcos, escapando com ‘honra ao mérito’ de um dos pecados que assolam o teatro infantil: achar que interpretar uma criança é falar de forma idiotizada e gaguejante.

O cenário, inspirado na obra do artista plástico norte-americano Mike Stilkey, é composto por três ‘nichos’ coloridos, todos utilizando escadas e prateleiras, ou seja, o simples e o funcional. Quem assina essa direção de arte é Antônio Vanfill, com excelente apoio do desenho de luz, a cargo de Luciano Ferreira Alves.

E prepare-se para um final totalmente não-realista, em que os pais rejeitam de vez a filha e mudam de país para fugir das consequências de suas falcatruas do mundo adulto sem ética. Assinam a adoção da filha pela professora quase sem pestanejar. Um choque aos moralistas de plantão, que pensam que teatro feito para crianças tem de acabar com a regeneração/transformação/punição dos ‘maldosos’.

TEATRO ALFREDO MESQUITA – Avenida Santos Dummont, 1770 – Santana. Telefone: (11) 2221-3657. Sábados e domingos, às 16 horas. Ingressos – R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia-entrada). Só até 10 de março 

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