“A Realidade é Doida Varrida” com Marcos Fayad, no Espaço Tom Jobim
O público interessado em teatro do mais alto nível poderá se deliciar, no período de 15 de fevereiro à 5 de maio, no Galpão das Artes do Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro, com o aclamado espetáculo “A Realidade é Doida Varrida”. Em cena Marcos Fayad e uma coletânea de textos de Antonin Artaud.
O espetáculo, de forma merecida, tem sido prestigiado e conquistado tanto o público como os críticos. Bárbara Heliodora diz que “Marcos Fayad tem uma atuação bonita e elegante… enquanto ao mesmo tempo deixa transparecer cada emoção, cada dor, cada alegria, cada manifestação de humor”. Crítica publicada no jornal “O Globo”.
O espetáculo é um belíssimo ritual, uma imersão teatral de Marcos Fayad na obra do poeta, ator, escritor, dramaturgo, ensaísta e encenador Antonin Artaud (1896-1948). O monólogo foi roteirizado pelo ator Rubens Corrêa e pelo diretor Ivan de Albuquerque, já falecidos. Fayad recebeu das mãos do próprio Rubens Corrêa o texto e o conselho para encená-lo “quando se sentisse maduro”. Maturidade esta que o público pode conferir num espetáculo intenso, vivo, teatral.
Serviço:
Data: 15 de fevereiro à 5 de maio (Sexta à Domingo)
Horário: Sexta e sábado às 21 horas
Domingo às 20 horas.
Duração: 60min
Idade: 16 anos
Ingressos: R$ 40,00
Local: Galpão das Artes do Espaço Tom Jobim. Rua Jardim Botânico, 1008, Jardim Botânico, Rio de Janeiro – RJ
Saiba mais…
Antonin Artaud é figura ímpar do cenário teatral mundial. Poeta, ator, escritor, dramaturgo, roteirista e diretor de teatro francês de aspirações anarquistas. Ligado fortemente ao surrealismo, foi expulso do movimento por ser contrário a filiação ao partido comunista. Sua obra O Teatro e seu Duplo é um dos principais escritos sobre a arte do teatro no século XX, referência de grandes diretores como Peter Brook, Jerzy Grotowski e Eugenio Barba. Seus restos mortais se encontram no Cimetiere de Marseille, França.

ANTOINE MARIE JOSEPH ARTAUD, nasceu em 1896, em Marselha, na França. Com cinco anos de idade, foi acometido de grave meningite que deixaria sequelas – Artaud sofreu constantes distúrbios do sistema nervoso central que o levaram a diversas internações em sanatórios. Em 1920, mudou-se para Paris e conquistou espaço no universo teatral, atuando como ator, encenador, cenógrafo, iluminador, escritor, sonoplasta, produtor, tornando-se uma das figuras mais polêmicas da arte de seu tempo. Artaud criticava a ditadura do texto e propunha um teatro visceral. É autor de obras referenciais como O Teatro e seu Duplo, Manifesto do Teatro da Crueldade, Cartas desde Rodez e Para Acabar de Vez com o Juízo de Deus. Antonin Artaud faleceu em 1948, depois de passar três anos internado num manicômio em Rodez. Seu talento foi eternizado em duas participações no cinema: A Paixão de Joana D’Arc, de Carl Dreyer (1928) e Napoleão, de Abel Gance (1925-27).
MARCOS FAYAD
Ator e diretor nascido em Catalão, Goiás, Marcos Fayad cedo se transferiu para o Rio de Janeiro onde estudou. Formou-se em Psicologia pela PUC – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1976, criou o Grupo Engenho de Teatro, estreando profissionalmente com a encenação do clássico Esperando Godot, de Samuel Beckett, apontado como um dos cinco melhores do ano. A partir daí, inicia uma carreira feita de várias encenações de sucesso: Ralé, de Máximo Gorki (1977), Ato Cultural, do dramaturgo venezuelano José Ignácio Cabrujas (1979), Peer Gynt, de Henrik Ibsen (1980), Três Vezes 21 de Abril, em Brasília (1985).
Em 1987, a convite da Secretaria de Estado da Cultura de Goiás, volta para Goiânia, onde cria o Centro Cultural Martim Cererê, com três teatros. No ano seguinte, estreia o espetáculo Martim Cererê, a partir da obra de Cassiano Ricardo. A encenação circula por várias capitais brasileiras e é indicada a quatro Prêmios Mambembe (premiada pela cenografia para Siron Franco e Marcos Fayad). Seguem-se Cabaré Goiano, Danhorê, Cara-de-bronze, Puro Brasileiro, Voar…, Escuta, Zé, Mitos do Eldorado, Café Cantante Punhal Reluzente, Por Prazer, Theatro Muzycal Profano, Puro Ouro Brasileiro e A Realidade é Doida Varrida.